Seja tocando ou cantando, a musica é capaz de tocar a todos os corações e faz parte do nosso dia-a-dia.
Santa Cecília é uma das Martíres mais veneradas da Idade Média, tanto assim que no século V uma Basílica foi construída em seu nome. Em meio a tantas lendas o que sabemos de mais real é que Cecília tinha sido uma bela cristã, de família nobre que, segundo o costume, foi prometida pelos pais em casamento a um nobre jovem chamado Valeriano. Aconteceu que no dia das núpcias, Cecília em meio a hinos de pureza que cantava no íntimo do coração, partilhou com transparência o fato de ter consagrado sua virgindade à Cristo, e que um Anjo guardava a sua decisão.
Disse-lhe mais: que a fidelidade ao voto trazia a bênção, a violação, porém, o castigo de Deus. Valeriano vivamente impressionado com as declarações da noiva, respeitou-lhe a virgindade, converteu-se e recebeu o batismo naquela mesma noite. Valeriano relatou ao irmão Tibúrcio o que tinha passado e conseguiu que também este se tornasse cristão.
Turcius Almachius, prefeito de Roma, teve conhecimento da conversão do dois irmãos. Citou-os perante o tribunal e exigiu que abandonassem a fé cristã, sob pena de morte. Diante da formal recusa, foram condenados à morte e decapitados.
Também Cecília teve de comparecer na presença do tribunal. Antes de mais nada, foi intimada a revelar onde se achavam escondidos os tesouros dos dois sentenciados.
Cecília respondeu-lhe que estavam bem guardados, sem deixar perceber ao tirano que já tinham achado o destino nas mãos dos pobres. Almachius, mais tarde, tomando conhecimento deste fato, enfureceu-se e ordenou que Cecília fosse levada ao templo e obrigada a render homenagens aos deuses.
De fato foi conduzida ao lugar determinado, mas com tanta convicção falou aos soldados da beleza da religião de Cristo, que estes se declararam a seu favor, e prometeram abandonar o culto dos deuses.
Almachius, diante do ocorrido, deu ordem para que Cecília fosse trancada na instalação balneária do seu próprio palacete e asfixiada pelos vapores d’água. Cecília experimentou uma proteção divina extraordinária e embora a temperatura tivesse sido elevada a ponto de tornar-se intolerável, ela nada sofreu. Outras fontes relatam que ela teria sido submetida a um banho de água fervente, tendo saido ilesa.
Por fim, Almachius a condenou a ser decapitada. Após três golpes não conseguiram separar a cabeça do tronco. Cecília, mortalmente ferida, caiu por terra e ficou três dias nesta posição. Aos cristãos que a vinham visitar, dava bons e caridosos conselhos e elevava a Deus maravilhosos cânticos que impressionavam a todos que os ouviam. Entregou ao Papa seus bens, com o pedido de que fossem distribuídos aos pobres. Outro pedido fora o de transformar a sua casa em igreja, o que se fez logo depois de sua morte. Foi enterrada na Catacumba de São Calisto.
As diversas invasões dos godos e lombardos fizeram com que os Papas resolvessem a transladação de muitas relíquias de santos para igrejas de Roma. O corpo de Santa Cecília ficou muito tempo escondido, sem que lhe soubessem o jazigo.
Uma aparição da Santa ao Papa Pascoal I (817-824) trouxe luz sobre este ponto. Achou-se o caixão de cipreste que guardava as relíquias. O corpo foi encontrado intacto e na mesma posição em que tinha sido enterrado. O esquife foi achado em um ataúde de mármore e depositado no altar de Santa Cecília. Ao lado da Santa acharam seu repouso os corpos de Valeriano, Tibúrcio e Máximo.
Em 1599, por ordem do Cardeal Sfondrati, foi aberto o túmulo de Santa Cecília e o corpo encontrado ainda na mesma posição descrita pelo papa Pascoal. O escultor Stefano Maderno que assim o viu, reproduziu em finíssimo mármore, em tamanho natural, a sua imagem.
A Igreja ocidental, como a oriental, tem grande veneração pela Mártir, cujo nome figura no cânon da santa Missa. O ofício de sua festa traz como antífona um tópico das atas do martírio de Santa Cecília, as quais afirmam que a Santa, nos festejos do casamento, ouvindo o som dos instrumentos musicais, teria elevado o coração a Deus nestas piedosas aspirações: “Senhor, guardai sem mancha meu corpo e minha alma, para que não seja confundida”.
Oração a Santa Cecília
Bibliografia:
http://www.canaldagraca.com/artigo_81.htm
http://www.sindimusirs.com.br/jornal_on-line3.htm
http://www.paroquias.org/oracoes/?o=184
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