O Distrito de Morro Vermelho viveu um momento épico, com a Cavalhada Nossa Senhora de Nazareth, um dos eventos culturais mais importantes do País, repetido, de forma ininterrupta, a 310 anos.
As festividades em Morro Vermelho começaram bem cedo: as 4h os moradores e visitantes foram acordados pela tradicional matina, com queima de fogos, dobre de sinos e ao som do "Hino Nacional Brasileiro", executado pela Sociedade Musical Santa Cecília de Morro Vermelho, saudando a Mãe de Deus e a Nossa Pátria, neste dia da Independência do Brasil.
As 12h, os Mascarados desfilaram pela última vez, símbolo do terror da guerra e a invasão Moura.
As 17h, teve início a Celebração Eucarística, presidida pelo Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte, Dom João Justino de Medeiros, seguido do último dia da Novena em Honra a Nossa Senhora de Nazareth, Orquestrada em Latim.
As 19h e 30 mim, a Sociedade Musical Santa Cecília de Morro Vermelho subiu ao palco para celebrar seus 310 anos de existência, apresentando seu repertório em uma retreta.
As 20h, o Exército Mouro, trajando branco, e o Exército Cristão, trajando azul, chegaram ao Adro da Matriz, conduzindo o Estandarte de Nossa Senhora de Nazareth e foram recepcionados pelos fiéis presentes com salva de palmas, queima de fogos, dobre de sinos e ao som do "Hino Nacional Brasileiro", executado pela Santa Cecília de Morro Vermelho. Neste momento, dois Baners, um em Homenagem aos Sr. Enoc e outro em Homenagem ao Cavaleiro Carlinhos, que faleceram este ano. Os Embaixadores deram suas embaixadas, simbolizando a disputa entre Mouros e Cristãos pelo controle da Península Ibérica. Em seguida o Mastro com o Sacro-Santo Estandarte de Nossa Senhora de Nazareth foi erguido "aos céus", ao som da Valsa "Nossa Senhora de Nazareth", composição de José Rodrigues Pinheiro.
Os Embaixadores retornaram ao recinto para segunda embaixada, em seguida o "Acordo de Paz" entre os dois exércitos é selado aos pés da Virgem Maria, simbolizado pelo trançar das fitas.
Os dois Exércitos juntos entraram no recinto e fizeram um minuto de silêncio, em um pedido de paz, em alusão ao tema da Festa deste ano, "Nossa Senhora Rainha da Paz. Em seguida encenaram um "8", simbolo da união entre os dois reinos, e uma "meia lua", um novo povo que cresce pela Fé Cristão. As evoluções foram acompanhadas por Dobrados preservados desde o início do Século XVIII, especialmente para o fim de acompanhar a Cavalhada.
Os Cavaleiros se despediram com lenços brancos, em um pedido de paz; acompanhados de um espetáculo pirotécnico (simbolizando a queima dos deuses pagãos) e deixaram o mastro erguido como símbolo das novas fronteiras do Cristianismo.